TEOLOGIA PASTORA

A CONDUTA DO PASTOR

S.F. Melo – Autor


SUMÁRIO DA MATÉRIA

I. A Vida Pessoal do Ministro

II. A Vida Particular do Ministro

III. Relações Pastorais

IV. O Pastor e Seu Pastorado

V. Aconselhamento Pastoral

VI. Pontos Salientes da Vida do Ministro

VII. Boas Maneiras do Ministro

JUSTIFICATIVA

Toda atividade do ser humano requer capacidade para seu desempenho de modo pleno. Porém, o ministro em seu ministério; o pastor em seu pastoreio, abrangem dimensão muito mais ampla e sublime. Não se trata de uma tarefa puramente de capacidade mental, intelectual; é tarefa de um regenerado, de uma nova criatura, de um salvo, de um servo, de um dispenseiro, de um vaso escolhido, de uma tocha ardente, de pai, de irmão mais velho, de um amigo sincero, de defensor, de um conselheiro, de um mestre, de um seguidor de Cristo, Gn 49.24; Jo 1. 18; 1 Pe 5. 1 – 4).

I. VIDA PESSOAL DO MINISTRO

A. Pressuposto Básico

1) Ser regenerado, Jo 3.3

2) Ser chamado, Mt 9.38; Jo 21. 15 – 17.

3) Ter visão, Lc 19. 10; Mt 28. 19; Mc 16. 15, 16.

4) Ter zelo, Ap 2. 6; I Tm 4. 12./

5) Ter fraternidade, Mt 23. 8.

6) Ter graça abundante de Deus, At 1. 8.

7) Ser obediente à voz do Senhor, Jo 21. 22.

8) Andar com Deus, Mt 10. 37; Lc 14. 26, 27, 33; c/ Jo 6. 66 e Hb 11. 24 – 27.

B. Experiência:

Conhecimento experimental do que é ser Ministro ou Pastor, Êx 24. 13; 2 Reis 3. 11; c/ 2 Reis 2. 1 – 13.

C. Preparo:

Aquisição de conhecimento tirado de certo lugar como que extraído particularmente.

1) Daniel, Dn 1. 4, 17 – 20;

2) Moisés, At 7.22;

3) Paulo, At 22. 3;

D. Caráter do Bom Ministro:

Pv 23. 7; 4. 23; Jo 14. 1.

E. Qualidade Naturais:

1) Coragem. A intrepidez de Paulo, At 25 e 26; Gl 2, 11 – 14.

2) Diligência. Há tanto a ser feito no ministério que todo tempo ocupado torna-se insuficiente. O pastor deve ter cuidado em abastecer-se suficientemente, Rm 12. 8, 14; Pv 22. 29.

3) Dignidade. É fundamental como a brancura do leite. Isto é muito diferente da brancura dos sepulcros. Seu comportamento deve ser o do dirigente cujo nível social seja afável sem usar sua posição para tratar os memros irreverentemente, nem demasiado íntimo, I Tm 4, 12; Ef 5, 4.

4) Tato. No orientar e corrigir determinadas falhas, quer sejam de de palavras ou de atos, especialmente feitos em público – precisa ter palavras adequadas para não feiri a sensibilidade do irmão. Também não deve esquecer-se de seu equilíbrio para não tomar partidos.

5) Discrição. Afina-se muito bem à conduta ministerial. É por meio da prudência que se consegue ser discreto, Rm 1. 6, para o “bem do irmão não ser vituperado”.

6) Cortesia. Tratar com amabilidade e dignidade os outros é dever de toda educação, e mormente do ministrto do Senhor Jesus Cristo e como despenseiro de Deus para com o irmão e como pastor para com seu rebanho. Um “por favor” ou um “muito obrigado” ou um “que o Senhor te recompense, ou um “que o Senhor te abençõe”... jamais falhará em seus efeitos benéficos.

7) Asseio. O ministro deve ser escrupuloso, zeloso de si mesmo. Que não haja extremo ou exageros no trajar, mas equilíbrio no asseio pessoal e no vestir, e no falar, e no ver. A higiene corporal externa e interna. Não usar gírias. Se seu vocabulário cresce ele é respeitado, mas se ele decresce, perde o seu brilho. Veja-se Tg 5. 12 e Mt 5. 37.

8) Pontualidade. Esta é uma virtude e deve ser hábito-personalidade do ministro. Atrazar-se ao encontro é ruím e pior ainda, é faltar ao mesmo. É imperdoável. A pontualidade deve ser mantida.

9) Humildade. O pastor é um líder espiritual cujas fronteiras não ficam retidas ao seu rebanho pu mesmo aos arraiais evangélicos. Vai muito além... A liderança ddeve ser latente no pastor – “Não por força”, mas pelo Espírito do Senhor, porque ela não está alicerçada na posição. Porém, nas qualidades inerentes do caráter. A liderança envolve a concordência geral e a disposição de assumir responsabilidade no espírito de humildade dignatária.

F. Qualidades Espirituiais

1) Amor. O coração do ministro deve ser uma fonte donde jorre o cristalino jato benfazejo do Amor. Ele tem duplo sentido:

a) Para com Deus. Jo 21. 15 – 17; Mc 12. 30. Este é dever de todo bom pastor – AMAR.

b) Para com o Próximo. Amor a seu semelahnte como a si mesmo. O amor desfaz montanhas de dificuldades – Ele nunca falha .... e permanece.

2) . Ao lado do amor está a fé. A fé é a chave, já disse alguém para tirarmos dos arcanos de Deus, os mais ricos tesouros. A declaração bíblica de que “o justo viverá da fé”, é de profundo alcance. Sim, sem fé é impossível agradar a Deus.

3) Santidade. Só a videira produz a uva; só uma vida santificada tem condição de falar e levar outros à santidade. Veja Is 52. 11; Hb 12. 14.

4) Humildade. A humildade é uma virtude. Ela não pode faltar ao seguidor de Cristo que deve ser também como seu divino Mestre; manso e humilde de coração, Mt 11.29. O inimigo tem encontrado um meio de macular a vida do servo de Cristo, colocando no seu coração o germe do orgulho... e acontece que, o servo “dorme” o inimigo inocula o veneno, entrão logo aparece o orgulho. Ser mais santo que o outro, foi o pensamento do fariseu da parábola. As almas frqacas ficam “inchadas” se elevadas à posição do ministério. Passam a se considerar tão importantes que não param para ouvir o outro. E fianlmente, querem parecer o que na verdade não são. Triste e lamentável essa situação do pastor. O exemplo expecial de Jesus ao lavar os pés dos discípulos, basta para exemplificar a humildade.

5) Paciência. As obras importantes podem ser feitas com bastante perseverança. As hortiliças nascem e crescem rapidamente, mas logo desaparecem. Porém, as árvores que produzem madeira que se presta para a construção, duram muito tempo. Também assim, a formação de uma comunidade homogênea como deve ser a igreja, carece de tempo para que se procese o seu desenvolvimento. A paciência é fator importante no trato do pastor com seus paroquianos e com todas as pessoas. A figura mais feliz que se tem para isso é a seguinte: para construir um barraco, podem ser gastas apenas algumas horas, mas para se construir um majestoso templo tem-se que empregar mais tempo, mais e melhor material. O mais belo e precioso templo que vem sendo construído é a Igreja de Deus, de cuja edificação Jesus está encarregado com o Espírito Santo. Então cabe ao pastor ser paciente e atentar no que está escrito em Tg 5, 7 e 1 Ts 5. 14.

6) Espírito Perdoador. Perdoar e saber perdoar são coisas distintas de amar e saber amar ... Na oração dominical Jesus ensina a pedir ao Pai o perdão de que cada filho carece subordinando-o ao perdão que o filho já deu a seu semelhante – “Perdoa-nos ... assim ... como nós temos perdoado.” Sim, o pastor não pode esperar que seus paroquianos, irmãos, sejam mais semelhantes a Cristo do que ele, que é o líder. E, assim, necessário se faz que ele seja como seu Mestre que disse de alma clamante: “Pai, perdoa-lhes ...”

7) Conscientização de que é um Convocado:

a) A boca fala do que está cheio o coração, Lc 6. 45.

b) Um só Senhor deve ser servido, Mt 6. 22 – 24.

c) O soldado uma vez alistado, deve ser fiel ao seu comando, 2 Tm 2. 4.

d) Não ambicionar coisa altas financeiramente, 1 Tm 6. 8 – 10.

e) Ser confiante no Senhor e não viver em solicitude descabida, 1 Pe 5.7.

II. A VIDA PARTICULAR DO MINISTRO

A) Conveniência do Matrimônio - Jr 10. 23; Pv 3. 6. Essa lei se aplica a cada problema da vida de cada um de nós, mormente o ministro que foi chamado para uma obra especial na seara do Senhor. Somos incapazes de fazer a verdadeira escolha e encontrar o “caminho da vida” por nossa própria sabedoria. Deus sabe melhor, por isso é que disse: “Não é bom que o homem esteja só ...” e Jesus mandou “dois a dois...”, Ec 4. 9 – 12. Nenhuma pessoa é autosuficiente, especialmente no que respeita ao bom conselho ou aconselhamento à sabedoria... Devemos aprender a ouvir o cônjuge e a dialogar, pois às vezes o conselho do outro é exatamente o que se estava precisando. Também o casamento deve fazer uma vida completa ou completada. Note ainda Ct 1. 4 – 6.

B) O Lar do Pastor – Tito 2. 7 e 8. Todos observam como é nosso lar, nosso comportamento. Muitos olhos estão abertos a tudo que fazemos, dizemos e queremos. Isto é muito sério: o lar e a igreja.

C) Os Filhos no Lar – 1 Tm 4. 5. “Governar bem a própria casa”. Para evitar a calamidade que se deu com Eli, 1 Sm 3. 13, mas suceda o que ocorreu com Abraão, Gn 18. 19; Ef 6. 1 – 4.

D) Cuidadi do Corpo – Cuidado físico primeiro, porque é ele que o Espírito habita; é pelo corpo que funciona todo nosso ministério, 1 Co 6. 19, 20, comparando com 1 Tm 4. 8; Sl 127. 2; Mc 6. 31; Lc 21. 34; Gl 5. 23; I Co 9.27.

E) Oração e Estudo – Feliz o ministro que pode devotar parte da manhã à oração, pois é o período mais conviniente para estudar e orar, quando a mente está mais viva e mais fértil. Bom é que o ministro se dedique ao pleno ministério da palavra, At 6. 4. Antes de mais nada haja um momento diário de oração e de leitura bíblica e livros devocionais, como alimento. Isto é vital para a saúde do espírito. A negligência nisto é prejuízo, pode levar à perda da graça. Descer é fácil, subir exige mais esforço e cuidado. Pague o preço.

F) Visitação – Importante, necessária, indispensável, perigosa ... Este minsitério é de importância capital na vida do pastor, porque assim conhecerá melhor seu rebanho e cada ovelha em particular, seus problemas e necessidades. Há, porém, as inconveciências e conveniências. Nem toda hora é boa para visitação. As oportunidades devem ser aproveitadas com amor e zelo, Ef 5. 16. Não pode deixar de ser lembrada a importância, assim como seu perigo. É excelente um contato mais direto e franco com o irmão.

1. Porque assim o pastor pode conhecê-lo no seu dia a dia; ao natural;

2. Porque poderá ajudá-lo e orar mais intimimente com ele;

3. Porque, nestas oportunidades, o ministro pode ser mais aberto, franco e natural.

Por outro lado, a visita na ausência do chefe da casa pode abrir brechas sérias até mesmo para o testemunho imediato junto aos vizinhos. O pastor deve ser discreto e prudente, estando sempre acompanhado da esposa ou de outros obreiros.

III. RELAÇÕES PASTORAIS:

A. Ele é Servo de Deus na Igreja.

Várias são as suas relações como ministro e pastor.

1. Servo de Deus e da Igreja - O ministro deve ser consciente de sua missão, que lhe dará oportunidade de servir a Deus e à igreja, rebalho cujo Pastor Supremo é Cristo. Para isso se faz mister que o despenseiro seja fiel e que se deixe dirigir pelo grande piloto. Deixar a nau correr a direção dada pelo Piloto Eterno – o Espírito Santo. Não deve fixar seu coração nas coisas materiais, mas do permanente e espiritual. Quando os interesses colidirem entre o material e o espiritual, não há duas opções, mas só uma. Esta é a de colocar o interesse e as coisas de Deus em primeiro lugar, Mt 24. 45.

2. Cooperar com Deus - O privilégio é inigualável, 1 Co 3. 9, e contínua a sua atividade, Jo 5. 17, ininterrupta a sua ação criadora, transformadora, redentora, salvadora. Uma coisa deve estar no coração do ministro, aquela que havia em Jesus – Jo 4. 34. Há um grande privilégio neste cooperar – participar com Deus e participar em Deus, naquilo que Ele faz. A ocupação de Deus é trazer os homens ao caminho, ao bem, à verdade, à vida e convocou o ministro para ministrar, o pastor para pastorear, o servo para servir, o crente para testemunhar e cooperar na tarefa a que Deus está vivamente empenhado desde os céus, Jo 3. 16. Veja ainda: 2 Co 5. 17; Gl 6. 15; Ef 4. 24 e Cl 3. 10. Sua importância está na proporção também de suas responsabilidades, Mt 11. 30. Antes observe o verso 29.

3. Despenseiro dos Mistérios de Deus - Quer dizer: resposável por bens alheios. Esses bens que o ministro tem sobre sua guarda ou responsabilidade são os “mistérios” do Reino de Deus, Cl 1. 27; I Co 4. 1 e mais I Tm 3. 16; I Co 15. 51 e Apo 10. 7. O Senhor mesmo se encarrega de desvendar os mistérios para os seus despenseiros, a fim, de que estes possam bem dispor dos bens sob suas responsabilidade, Ef 3. 8, 9; Gn 40; Dn 2 e 5.

4. Depositário do Evangelho - Depositário não é a mesma coisa que despenseiro. Este faz o papel de mordomo, sim, é o empregado do Senhor; aquele é o depositário da herança que recebera do testador. É uma ação legal assumida e que deve ser desempenhada com responsabilidade pela confiança nele depositada legalmente. Sabido que seja, ter Deus legado algo sublime em seu Evangelho vivificante, I Ts 2. 4, a ação do depositário se eleva e se sublima como portador do perdão divino para o penitente pecador que ainda nem tomou conhecimento.

5. Intercessor – Deus, em seus planos eternos, procurou diálogo com o pecador em todo curso da história do homem, I Pe 2. 9. Moisés, Abraão, os profetas, jesus, os apóstolos foram intercessores. Deus os ouviu e quer ouvir a todo aquele que simpatizar (notar interesse) com a necessidade ou problemas alheios como se fossem propriamente seus.

6. Sentinela. – O papel que assume o verdadeiro ministro perante o Senhor é por demais sério. Está em jogo, está em mira a sua própria vida, “o seu sangue de tua mão o requererei...” A voz do Atalaia deve vibrar altar e em bom som. So, certo ... Sem isso deixará de levar a verdadeira mensagem de salvação e de aviso. Ele deve estar atento a cada fato do povo de Deus, e até para a necessidade de advertência e exortação veemente, Ez 3. 17, 18.

7. Irmão – Íntima comunhão deve existir entre os cristãos e mui especialmente entre o ministro, seus auxiliares imediatos, seus companheiros e toso os crentes, I Ts 2. 8; Fl 1. 7; ou ainda 2 Co 12. 15; 8. 5; Gl 5. 13; I Co 9. 11; Gl 6. 6. Em tudo isso a comunhão só será válida se movida por sinceridade da alma, do coração, e jamais com hipocrisia. Vale dizer que ela está recomendada, Pv 11.3; 14.2; I Co 1. 12; Ef 6.5 e Tt 2.7.

IV. O PASTOR E SEU PASTORADO

A. Pregador – I Co 1. 21. É tarefa específica do pastor o cuidar do rebanho de Deus, a do ministro ser bom despenseiro dos oráculos de Deus, e ainda mais terá ele de distribuir o alimento para o rebanho, bem como ir em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel através do poder miraculoso da palavra da pregação a tempo e fora de tempo, I Tm 2.7 e II Tm 1. 11. É sabido que a pregação da Palavra de Deus tem uma força, um poder especial aos ouvidos dos homens, Gl 1. 21, e ainda no capítulo 10 da carta aos Romanos está bem clara a importância da pregação, pois todo o que invocar o nome do Senhor será salvo, mas para invocar precisa de crer e para crer necessita de ouvir, e para que ouçam é urgente que alguem pregue, Jo 10; Rm 10.

B. Mestre - Ele é um ensinador, Mt 28. 19; Mc 16. 15. Os discipulos foram fiéis ao ensino das verdade eternas e não deixaram de ensinar e de pregar, por isso o mundo de então foi logo abrangido pelas boas novas do Evangelho. Paulo é o exemplo, Cl 1. 28; At 28. 31. Deus dá dons e o do ensino é um deles, I Co 12. 28; Ef 4.11.

C. O Pregador e o culto na Igreja. – Não é a mesma coisa que o culto feito na praça. Este dispensa algumas das formalidades, visto que seu objetivo básico é a evangelização. Quanto ao culto no templo, este deve ser revestido de certa solenidade, reverência e ética, que inspirem a adoração. Sim, na igreja, os que adoram a Deus devem ter consciência da santidade do ambiente e de que pessoalmente estão “em espírito e vertdade”, Jo 4.23,24; 14. 24. O culto deve ser espiritual, Ef 5. 18. Deve obedecer o modelo que Paulo oferece em I Co 14. 26 – 40.

V. ACONSELHAMENTO PASTORAL

A. PRELIMINARES:

1) Uma das condições básicas do bom aconselhamento pastoral está no senso de responsabilidade. O pastor deve ser honesto consigo mesmo ao aconselhar e só deve fazê-lo ao ser solicitado. Uma vez estando investido desta posição deve inspirar confiança.

2) Outra condição é que deve executar o aconselhamento com afeto enérgico. Isto indica que o conselheiro deve ser amigo sincero. Deve usar a capacidade de confiança do aconselhado sem transparecer segundas intenções ao demonstrar-lhe interesse pelo seu caso. O aconselhamento nada deve ter de profissionalismo, mas deve ser conduzido com real dedicação ao problema apresentado, sentindo a situação do aconselhado com amor.

B. ELE DEVE SE PROPOR A:

1) Auxiliar o aconselhando a alcançar o conhecimento de si mesmo a buscar com perserverança a solução de seus problemas.

2) Oferecer ao aconselhando oportunidade de optar por um modo de proceder condizente.

3) Levar o aconselhando a tomar a iniciativa e aceitar as responsabilidades.

A lei fundamental do bom aconselhamento está no objeto, que é a própria pessoa.

C. A PESSOA É CENTRAL. Ao procurar o aconselhamento, a pessoa expõe o seu problema ou sua necessidade pessoal. Cabe ao pastor levá-la a conhecer as causas da sua situação e ajudá-la a superar as dificuldades, principalmente através da oração.

A lei fundamental do bom aconselhamento é a que tem a pessoa como objeto e não os problemas que são apresentados por ela. O ministro precisa conhecer a lei básica e saber aplicá-la devidamente. Ao invés de se deter sobre os problemas a ele trazidos, deve antes ouvir cada queixa, confissão ou desabafo do confidente e ajudá-lo a superar cada transe ou fase do problema. O conselheiro deve conhecer as pessoas tais quais são e nunca o que deveriam ser. Jesus não desprezou nem subestimou aos que careciam dos seus conselhos (a não ser alguns fariseus que a ele se dirigiam com sofismas). Até à samaritama e à pecadora deu ele atenção e dialogou com elas, levando-as a descobrirem suas próprias falhas e a viverem em novidade de vida.

D. O ÂMBITO DO ACONSELHAMENTO PASTORAL. Esta é uma área bem ampla. Ela vai muito além da circunscrição do cotidiano terreno, social e das circunstâncias que a ele se associam por suas razões conscientes e inconcientes e suas determinantes históricas e casualistas. Estas áreas são as seguintes:

1) Religiosa. – Um gabinete pastoral ou de aconselhamento deve ser o mais favorável e apropriado para a entrevista. Sendo a consulta sobre assunto religioso, o pastor falará da vida espiritual dirigida pelo Espírito santo, de moral – que é um capítulo atinente aos padrões de conduta e de atitudes elevadas que devem ser seguidos por todos os cristãos. Daí a possibilidade de maior sucesso, pois a semente lançada pelo pastor no púlpito estar sendo relembrada pelo aconselhado. Nesse campo o pastor não precisa temer, pois o seu preparo teológico não o deixará mostrar-se fraco e inexperiente. Como pastor, ele exercerá a sua autoridade espiritual, seu conhecimento bíblico, seu poder de comunhão com Deus e sua fé inabalável, alicerçados pela fidelidade, mansidão, capacidade de perdoar e principalmente no temor a Deus. Demonstrará mais compreensão, maturidade, firmeza, equilíbrio, sabendo guardar com as necessárias reservas as confidências que lhe sejam confiadas.

2) Social. – O pastor é uma figura universal. O que implica dizer que ele atinge todas as esferas da vida dos seus semelhantes dando sua parcela de participação nas alegrias e nas tristezas; na fartura, na carência, na solidez do matrimônio ou nas crises conjugais. No que vê, no que ouve, no que sente, no que persebe, nos desabafos e nas confidências das quais deve conservar sigilo.

3) Emocional. – Emocial é a reação proveniente da afinidade com um problema, produzindo ansiedade para sua solução. As áreas emocionais devem ser tratadas com cuidado e o aconselhador não deve deixar-se levar pelas emoções do aconselhando. No caso do pastor, deve ele ter bastante acuidade espiritual para discernir as emoções verdadeiras das falsas, sem deixar-se envolver por elas, a fim de bem conduzir a sua entrevista.

4) Mental. – A enfermidade mental é um distúrbio causado por diversas emoções ou por emoção muito forte, não chegando a ser loucura propriamente dita, mas associando-se a ela, em menor grau, demonstrando-se por complexos de inferioridade, por ansiedades não justificáveis e por desejos insatisfeitos. Nestes casos o aconselhando deve ser orientado a procurar um psiquiatra e quando por si mesmo não for capaz, o aconselhador buscará auxílio nos familiares, inclusive de modo discreto, segundo a abrangência do problema e como ele se apresenta.

VI. PONTOS SALIENTES DA VIDA DO MINISTRO

A. O MINISTRO E O POVO. – O homem é muito difícil de ser compreendido. É indevassável no seu espírito, na alma, nos seus gostos, sentimentos, variável em suas emoções, que podem alternar-se a qualquer momento e por várias causas. Daí o próprio ministro não poder conhecer-se a si mesmo, sem um estudo acurado de sua personalidade. Mas deve esforçar-se nesse sentido e só assim poderá compreender o seu semelhante. Além disso ele precisa:

1) Procurar conhecer bem as pessoas, como convém à sua missão ministerial, para não ignorar o seu interesse básico, suas necessidades espirituais, a fim de encaminhá-las com sucesso na solução de seus problemas e induzi-las ainda a procurar a salvação.

2) Cada pessoa é importante e precisa ser tratada exatamente como pessoa e não como “um coitadinho.O pastor precisa ver o aconselhando como imagem e semelhança de Deus.

3) Sentir que o ministro é responsável perante Deus pelo tratamento que dispensa às pessoas com que lida. Embora possa não parecer simpático a alguns, a sua atitude deve ser de simpatia, compreensão e sinceridade para com todos. E isto indistintamente.

4) O ministro deve reconhecer o direito de reserva que há em cada pessoa e não fazer julgamento apressado. Qualquer que ouvisse as blasfêmias do ladrão na cruz di-lo-ía destinado ao inferno, mas Jesus teve para com ele compreensão e compaixão e ao que lhe foi solidário prometeu o paraíso.

5) Ser adestrado em relações humana, conhecimento necessário para a vivência em grupo, especialmente os ministros. Estes devem ler muito as cartas de Paulo e o Livro de Provérbios, onde encontrará fontes de orientação para o trato com o público.

6) Ele deve usar de sinceridade nos negócios, assim como de pontualidade nas obrigações.

7) O ministro deve ser amistoso e manter a estima com quem precisa tratar. A estima e o respeito são árvore frutíferas.

8) Deve ser bem serviçal, obsequioso para com os que dele necessitam, nas horas críticas e sombrias da vida. Pois em sendo bondoso, acessível, misericordioso, caridoso, encarnará o Espírito de Cristo – “as marcas do Senhor Jesus”.

9) Ele deve ser amigo do seu povo. Demonstrar cortezia. Falar a todos indistintamente. Mesmo que alguém não lhe retribua, o que não deve ser novidade para um ministro, ele deve ter bastante maturidade para relevar determinadas atitudes. Ser superior. Deve afirmar-se pela cordialidade, compreensão e afinar-se bem com as suas condições de pastor.

10) Tratar os jovens com atenção, simpatia e equilíbrio e às crianças com afeto paternal. Aos velhos, com respeito, atenção e paciência. Não esquecer de cumprimentá-los. Eles carecem do calor do minsitro.

11) Não se deve confinar à igreja. Deve ter contato contínuo com os irmãos.

VII. BOAS MANEIRAS DO MINISTRO OU DO PASTOR

1) O pastor deve ser discreto.

2) Não abrir correspondência alheia, mesmo que venha endereçada a pessoa de sua intimidade, ou com endereço da igreja.

3) Não penetrar em qualquer recinto nem retirar-se sem pedir licença e saudar as pessoas.

4) Não expressar cumprimentos muito efusicos e demorados, principalmente às senhoras.

5) Não se esquecer de cumprimentar os irmãos à saída do templo (aos que estão mais próximos, é claro).

6) O pastor não deve participar de conversa alheia, a menos que seja convidado e consultado.

7) Não monopolizar a conversa.

8) Não visitar com demasiada frequência, principalmente na ausência do chefe da casa.

9) Não enfatizar problemas e doenças pessoais.

10) Tomar interesse no que dizem de bom a respeito de outros.

11) Não falar sobre assunto que desconheça.

12) Tomar cuidado com a aparência.

13) Vestir-se corretamente, com equilíbrio, mesmo no seu próprio lar.

14) Ao conversar, manter relativa distância das pessoas.

15) Tratar a todos sem bajulação.

16) O ministro deve ser simples, sincero e leal.

17) Deve fazer autocrítica.

18) Deve ser sóbrio e comedido, para evitar situações vexatórias.

19) Não receber visitas se estiver de pijamas.

20) Educar a voz, dando som agradável à pronúncia.

21) Sentar-se corretamente em qualquer ambiente, inclusive à mesa.

22) O pastor deve saber usar os talheres e conhecer os pratos de que se deve servir primeiro.

23) Não usar apelidos pejorativos que humilhem ou ofendam, mesmo em brincadeiras.

24) Acompanhar o raciocínio alheio com interesse e participar do diálogo com inteligência.

25) Não ambicionar privilégios e posições para os quais não esteja preparado.

26) Pensar duas vezes e falar uma é ótimo para manter a dignidade.

27) Evitar correr atrás de riquezas e não empregar o melhor da inteligência no que é fugaz (Pv 22. 4).

28) Ter cuidado em suas palavras e atos para não molestar as pessoas.

29) Aplicar-se ao ensino com firmeza e conhecimento.

30) Manter-se sempre bem informado e procurar instruir-se sempre mais.

Elaborado pela Professora, MARIA VALDA

Ministério Estudando a Palavra

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