LIÇÃO 10
10 de Março de 2013
ADMEP – Assembleia de
Deus – Ministério Estudando a Palavra
EBD - Escola
Bíblica Dominical
DEPARTAMENTO DE
EDUCAÇÃO CRISTÃ
Tema:
- HÁ UM MILAGRE EM SUA CASA
TEXTO ÁUREO
“Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre
teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que
estiver cheio”
(II
Reis 4. 4)
VERDADE PRÁTICA
A história da multiplicação do azeite da viúva
mostra claramente que o Senhor é soberano e gracioso para suprir todas as
necessidades de seus filhos.
Leitura Bíblica em Classe:
II
Reis 4. 1 - 7
Introdução - Em continuidade ao estudo de Elias e Eliseu,
trataremos, na aula de hoje, a respeito da história de um milagre. Inicialmente
definiremos biblicamente o que é um milagre, em seguida, abordaremos o texto
bíblico alusivo à lição, sobre a multiplicação do azeite da viúva, e ao final,
mostraremos que o Deus da Bíblia ainda é o mesmo e que realiza milagres, sempre
de acordo com Seus propósitos soberanos.
I.
MILAGRE, DEFINIÇÕES BÍBLICAS
Existem várias palavras bíblicas para milagre,
geralmente atreladas ao conceito de sinal. O termo hebraico mais recorrente é
ot, com o sentido de sinal ou milagre, ressaltando uma marca distintiva ou
visível de uma manifestação divina. É digno de destaque que essa palavra se
encontra em Gn. 1.14, fazendo referência à ordem criada por Deus. Por
conseguinte, compreendemos que a própria natureza é um milagre de Deus, o sol e
a lua são exemplos dessa verdade. Em geral, ot diz respeito a um milagre ou
sinal proveniente do próprio Deus. O arco-íris, que apareceu no céu, após o
dilúvio, é um sinal de Deus (Gn. 9.12). O dia de descanso também é um sinal de
Deus a fim de preservar o bem estar do Seu povo (Ex. 31.13). Mas a ocorrência
mais comum de ot é de um milagre, uma revelação ou atuação divina. As pragas
com o objetivo de julgar a terra do Egito e libertar o povo de Israel da
escravidão tratou-se de um milagre ou sinal de Yahweh (Ex. 7.3; 8.23). O mesmo
pode ser dito a respeito da visitação do anjo da morte (Ex. 12.13) que deu
origem à Páscoa. O nascimento predito do servo sofredor, de uma virgem, seria
um milagre (Is. 7.11,14). A travessia do Jordão pelo povo de Israel foi que
resultou na construção de um memorial (Js. 4.6). A palavra hebraica mophet é
sinônima de ot e significa tanto sinal quanto milagre e maravilha. O Senhor é o
sujeito dos milagres, é Ele quem os realiza (Dt. 13.1; 28.46; I Rs. 13.3; Sl.
105.5). Outra palavra hebraica para milagre é pala, que se referem aos feitos
extraordinários de Deus, tais como os realizados no Egito (Ex. 3.20) e
prometidos ao povo de Israel quando esse adentrasse à terra prometida (Js.
3.5). No Novo Testamento a palavra para sinal é semeion, equivalente à hebraica
ot. Os judeus dos tempos de Jesus queriam ver sinais, isto é, milagres (Jo.
2.18; 6.30), especialmente os fariseus (Mt. 12.38; 16.1; Mc. 8.11; Lc. 11.16,
29). Jesus realizou muitos milagres, mesmo assim os religiosos da sua época não
acreditaram nEle. Isso porque os milagres somente podem ser recebidos pelos
olhos da fé, o homem racional tenderá a negá-los, além disso, há pessoas que
ficam dependentes deles (Jo. 2.11,23; 3.2; 4.48, 54; 6. 2, 14, 26, 30; 7.31;
11.47; At. 2.22). Os apóstolos também realizaram muitos milagres, como
testemunho (At. 1.8) da autoridade divina a eles conferida (At. 2.34; 4.16;
5.12; 6.8).
II. A
HISTÓRIA DE UM MILAGRE DOMICILIAR
Em II R. 4.1-7 nos deparamos com a história de uma
mulher que era esposa de um dos discípulos dos profetas. A morte do seu marido,
que havia sido servo de Eliseu, deixou aquela família em situação precária.
Muitas dívidas assolavam aquela casa, isso porque um dos credores havia
ameaçado vender os dois filhas da mulher como escravos a fim de que a dívida
fosse saldada, algo legitimado pela lei (Ex. 21.7; Lv. 25.39; Ne. 5.5; Is.
50.1; Jr. 34.8-11). Diante daquela situação angustiante, a mulher apelou ao
profeta Eliseu, a fim de que esse encontrasse uma solução. Eliseu quis saber o
que aquela mulher tinha em casa (I Rs. 4.2). Ela respondeu que nada tinha de
valor, a não ser uma botija de azeite. É assim que Deus trabalha, muitas vezes
dispomos de tão pouco, mesmo assim Ele não despreza o que temos para oferecer.
A multiplicação do azeite aconteceria em seguida, mas a mulher deveria tomar
vasilhas emprestadas na vizinhança. Ela somente pode fazê-lo porque desfrutava
de bom relacionamento com os vizinhos. Há crentes que não poderiam fazer o
mesmo, pois lhes falta um convívio respeitoso com a vizinhança. O profeta
Eliseu dá uma instrução específica: a mulher deveria entrar e fechar a porta, a
fim de testemunharem o grandioso milagre de Deus. Enquanto havia vasilha a
multiplicação do azeite não parou, a provisão de Deus é suficiente, evita
desperdícios (Mt. 4.13-21). O milagre de Deus não é para a ostentação, algumas
pessoas, inclusive nas igrejas evangélicas, que por amarem o dinheiro, se
desviam da fé (I Tm. 6.10). A situação da viúva foi resolvida porque Deus
entrou em ação através do profeta Eliseu. Mas ela precisou fazer a sua parte,
comercializando o azeite multiplicado (II Rs. 4.7). Quantas pessoas que não
tomam iniciativa na vida querem tudo sem fazer o menor esforço, essa não é uma
prática cristã. Não podemos esquecer que o trabalho é uma ordenança divina, e
que este dignifica o homem, principalmente quando este ajuda aos outros (I Ts.
4.10-12; II Ts. 3.10-12; Ef. 4.28).
III.
DEUS AINDA REALIZA MILAGRES
Deus continua realizando milagres hoje, isso porque
Jesus Cristo é mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb. 13.8). Infelizmente algumas
igrejas pseudopentecostais estão transformando milagres em negócios. Elas não
pregam a salvação em Jesus Cristo, deixam de atentar para o fato bíblico de que
os milagres são sinais, portanto, devem apontar para o caráter salvífico de
Cristo (Mc. 16.15,16). Mas porque elas fazem uso indevido dos milagres, nós, os
pentecostais, não devemos desconsiderar essa importante doutrina bíblica. A fé
é condição necessária para a realização de milagres, todos os que se aproximam
de Deus precisam tê-la, sem esta é impossível agradá-lo (Hb. 11.1,6). Nos
tempos de Jesus muitos foram curados porque creram no poder de Deus (Mt.
9.28,29), mas outros não receberam o milagre porque descreram (Mt. 14.30,31).
Não podemos deixar de atentar para a orientação bíblica de que os milagres têm
um propósito, e este é o de glorificar a Deus e não aos homens (Jo. 11.4).
Muitas igrejas evangélicas, se é que assim podem ser denominadas, estão
explorando comercialmente os milagres. Elas não testificam da mensagem da
salvação, muito menos da santificação, seus motivos são egoístas (Jo. 6.26). Os
milagres, desde o Antigo Testamento, tinham como propósito revelar a veracidade
da mensagem divina (Ex. 4.1-17). Uma igreja genuinamente cristã, e
verdadeiramente pentecostal, defende a atualidade dos milagres nos dias de hoje
(I Co. 12.8-10). Ela ensina também o evangelho em sua totalidade, incluindo a
doutrina da salvação e da santificação (II Tm. 3.16).
Conclusão- Através
do profeta Elias Deus realizou um milagre na casa da viúva, ela tinha muito
pouco, apenas uma botija de azeite. Nos dias atuais Deus continua realizando
milagres, eles servem para mostrar a veracidade da mensagem evangélica. Toda
igreja genuinamente pentecostal estimula a fé dos seus membros. Ela não
despreza a atualidade dos milagres, principalmente dos dons espirituais.
A ênfase, no entanto, está na salvação dos perdidos, e no crescimento espiritual
em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb. 12.14).
BIBLIOGRAFIA
DILLARD, R. B. Faith
in the face of apostasy: the gospel according to Elijah and Elisha. New
Jersey: P&R, 1999.
RUSSEL, D. Men of
courage: a study of Elijah and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
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